Mobilidades relacionadas com o turismo e a paisagem discursiva do Algarve

Kate Torkington

Resumo


Para além do grande número de turistas que recebe, o Algarve é também o destino de eleição de comunidades crescentes de migrantes cuja língua materna não é o Português. Por um lado, há os chamados “migrantes económicos” de países da Europa de leste, atraídos pelas oportunidades de emprego na construção civil e no setor de serviços resultantes do desenvolvimento do turismo de massas. Por outro, há um número crescente de “lifestyle migrants” da Europa do norte, em busca de um estilo de vida melhor. Estas transformações na paisagem etnográfica da região também tiveram impacto na paisagem semiótica. De salientar que a língua inglesa surge por todo lado, enquanto as línguas das comunidades de migrantes da Europa de leste estão quase ausentes. Neste artigo, analisa-se a forma como alguns dos textos visíveis na paisagem semiótica podem ser vistos como “pontos de nexo” de diversas práticas discursivas em circulação. Tais práticas estão espacial e temporalmente incorporadas numa relação dialética com as políticas de lugar e contribuem para a construção discursiva da inclusão/exclusão de grupos sociais distintos.

Palavras-chave


turismo; mobilidades; migração; paisagem semiótica; práticas discursivas; Algarve.

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